Sunday, March 30, 2008

Deste lado


Percorro-te em todos os passos que dou
em cada trilho que escolho
Sou cais e barco à deriva
perdido no rio que nasce de ti
Mergulho-me nas marés de emoções
que me correm nas veias.
Sim, nas marés de emoções em que
intensamente nos damos.
A todos.

Thursday, March 27, 2008

Finalmente, no Porto!!!


O OUTRO LADO é já no dia 29, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett.
Vamos TODOS ver o Pedro. Ele está pronto. Nós também.
Garanto que não se vão arrepender.
Depois não digam que não avisei......

(eu vou ali e depois volto...)
Deixo beijos e abraços

Wednesday, March 26, 2008

Abraça-me


Vem de mansinho e entra em mim doce e suavemente
Teço-me em todos os fios do cetim que é a tua pele
Abraça-me, até ao fim....

Tuesday, March 25, 2008

Partilhando um... quê?


Recebi hoje este mail.
O/a professor(a) classificou Bom +++++.
Será com certeza de uma menina do 1º ciclo, mas como eu gostava que a Ministra visse e "comentasse"....

Boa semana a todos.

Sunday, March 23, 2008

Amores perfeitos


Digo-te que me fazes falta.
Conto-te das minhas mãos vazias, porque tu não estás.
Falo-te da chuva que me cai dos olhos.
Danço-te sempre, como na primeira vez que me enlaçaste.
Volto a dizer-te que me fazes falta no beijo com sabor a mar e a vento.
Mas calo-me. Porque tu sabes. Porque tu sentes.
É que os amores perfeitos já floriram, amor...

(comentado num blog)

Saturday, March 22, 2008

Liberdade


Visto-me de liberdade quando te olho daqui
E estendo os braços tanto tanto tanto que
Quase te toco
Tu aí, à nossa espera

Friday, March 21, 2008

Sophia, sempre...


Eis-me

Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face
Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

(e hoje, no Dia Mundial da Poesia!)

Thursday, March 20, 2008

Desafio dos suspiros


A Adriana do blog Três Marias, do outro lado do Oceano, desafiou-me e eu vou responder…

01- Que horas são? 23.26

02 - Nome? Maria

03 - Quantas velas pôs no seu último bolo de anos? Não ponho velas nem tenho bolo de anos…

04 - Tatuagens? Não

05 - Piercings? Nunca

06 - Já foi a AFRICA? Sim

07 - Já ficou bêbedo(a)? Sim, por “promessa”, mas não gostei…

08 - Já chorou por alguém? Claro

09- Peixe ou carne? Peixe

10 - Praia ou campo? Mar

11 - Cerveja ou Champanhe? Nem um nem outro. Tinto

12 - Meio cheio ou Meio vazio? É igual

13- Música preferida? Tantas… Valsinha, Carta marcada

14 - Filme preferido? São tantos…. Cinema Paraíso

15 - CD preferido? Muitos

16 - Flores? Cravos e papoilas

17 - Vícios e manias? Ser pontual. Manias muitas

18 - De quem recebeu este questionário? De uma pessoa que nunca vi, mas que tem um blog de que gosto.

19 - Quais são os seus amigos que vivem mais longe? Tenho um amigo a viver na Malásia, acho que é o que está mais distante de mim

20 - Melhor amiga(o)? O meu “irmão” de 68 anos

21 - Deixa o telefone tocar muito ou pouco, antes de atender? Atendo logo porque não gosto do barulho

22 - Mulher bonita? Uma sobrinha do coração. É linda por dentro

23 - Homem bonito? Qualquer um dos meus amigos que seja lindo por dentro

24 - O pior sentimento do mundo? É tão difícil… tudo o que leva alguém a oprimir um povo, ou à fome

25 - O melhor sentimento do mundo? A solidariedade

26 - O que é que mais detesta? Hipocrisia, mentira e injustiça

27 - Qual é o seu primeiro pensamento ao acordar? O que tenho de fazer hoje?

28 - Uma coisa que não tira nunca? Não uso nada, portanto tiro tudo

29 - O que é que tem debaixo da cama? segredos

30 - Quem é que acha que vai responder a este desafio mais depressa? Ninguém vai responder, porque não vou nomear ninguém.

31 - Quem é que talvez não lhe responda? N/A

32 - Quem é que de certeza lhe vai responder? N/A

33 - Quem é que gostava que lhe respondesse? Quem quiser responder, faça o favor….

Pronto, Adriana, já está…
Beijos

(15 minutos a responder é muito?)

Wednesday, March 19, 2008

Águas de Março


É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

(Tom Jobim)

Tuesday, March 18, 2008

Ao António Melenas


Foi no passado dia 16 de Março, pelas 22 horas, que faleceu António Joaquim Gouveia, o nosso António Melenas, dos blogs Escritos Outonais e Enquanto e Não.
O funeral realizou-se hoje, no cemitério do Feijó.
Esta é a minha homenagem a um Amigo que já me deixa saudades....

Amanhecer


Percorro todos os lugares por onde andámos
procuro-te em cada rosto com que me cruzo
recordo cada momento que não vivemos
sei-te comigo no pensamento e quando me
abraças sinto que este amanhecer a dois, aqui,
é para sempre...

Monday, March 17, 2008

Anoiteço-me


Entardeço-me em ti na tarde já tarde de nós
dançámos e dançámos e dançámos
nem me perguntes o quê
se nem ouvia a música
se a minha música eras tu
e os teus braços aqueciam-me o corpo
como nunca antes o tinham aquecido
e entardeceste em mim
______________________________
Hoje anoiteço-me em ti...

Sunday, March 16, 2008

Descomprimindo...

Técnico : Boa tarde, faz favor de dizer...
Utilizador : Boa tarde. Tenho um problema: o rato não deixa a impressora funcionar...
Técnico : Experimente reiniciar o computador...
(espera)
Utilizador : Já está. Continuo sem poder imprimir...
Técnico : Hummm... estranho. E o rato mexe?
Utilizador : Não, está bloqueado!
Técnico : Está mesmo morto de todo?
Utilizador : Não sei, vou verificar...
(espera)
Utilizador : Afinal parece que ainda respira e tem os olhos abertos... mas está bloqueado de todo!
Técnico : Desculpe??? Está a falar de quê?
Utilizador : Do rato! Do rato que está a bloquear a impressora, merda!!!
Técnico : ???
Utilizador : Deixa-me virar para lá a webcam que já vai ver...
(espera)




(acabadinha de receber...)
Bom domingo!

Saturday, March 15, 2008

Partilhando um presente...


Nocturnamente

Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo

Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio

Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces

(Mia Couto)

Friday, March 14, 2008

Mar meu


Mar meu...
de hoje, de sempre, de todos os dias
Mar meu...
onde me lavo por dentro, onde te sorvo
Mar meu...
Onde te beijo de espuma feita, onde me encontro
Mar meu...
De onde renasço, finalmente pura,
para o acto supremo que é o amor....

Tuesday, March 11, 2008

Aos meus Amigos


UM DIA

Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. 
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
"Quem são aquelas pessoas?"

Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!"

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"

(Fernando Pessoa)

(eu vou ali e depois volto logo, logo...)

Ate amanhã, Camarada!


Ao Rogério Ribeiro que voou, ontem.

(foto tirada do Cantigueiro)
Ver mais em: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=31554&Itemid=195

Sunday, March 09, 2008

Maré de nós...


Caminho descalça nesta areia à beira mar
Toco meu corpo salgado com cheiro a sargaço
Deixo a maresia entrar em mim e ficar
Sei que virás numa onda beijar os meus pés
Como sempre, em cada maré cheia de nós...

Agradecendo, outra vez...


A minha Amiga Avelaneira Florida, do Cantares de Amigo, distinguiu-me com este prémio.
As regras são por todos conhecidas, pois é um prémio que anda na net há já algum tempo.
Não posso nomear 7 blogues do dia, pois visito muitos mais e sou visitada também por muitos mais. Por isso deixo-o aqui para quem por aqui passar o levar....
Muito obrigada, Avelaneira, um beijo para ti!

Saturday, March 08, 2008

amiga amada amor amante Mulher


Meu amor querido

Adoro-te minha gata de Janeiro meu amor minha gazela meu miosótis minha estrela aldebaran minha amante minha Via Láctea minha filha minha mãe minha esposa minha margarida meu gerânio minha princesa aristocrática minha preta minha branca minha chinezinha minha Pauline Bonaparte minha história de fadas minha Ariana minha heroína de Racine minha ternura meu gosto de luar meu Paris minha fita de cor meu vício secreto minha torre de andorinhas três horas da manhã minha melancolia minha polpa de fruto meu diamante meu sol meu copo de água minhas escadinhas da Saudade minha morfina ópio cocaína minha ferida aberta minha extensão polar minha floresta meu fogo minha única alegria minha América e meu Brasil minha vela acesa minha candeia minha casa meu lugar habitável minha mesa posta minha toalha de linho minha cobra minha figura de andor meu anjo de Boticelli meu mar meu feriado meu domingo de Ramos meu Setembro de vindimas meu moinho no monte meu vento norte meu sábado à noite meu diário minha história de quadradinhos meu recife de Manuel Bandeira minha Pasargada meu templo grego minha colina meu verso de Höderlin meu gerânio meus olhos grandes de noite minha linda boca macia dupla como uma concha fechada meus seios suaves e carnudos meu enxuto ventre liso minhas pernas nervosas minhas unhas polidas meu longo pescoço vivo e ágil minhas palavras segredadas meu vaso etrusco minha sala de castelo espelhada meu jardim minha excitação de risos minha doce forquilha de coxas minha eterna adolescente minha pedra brunida meu pássaro no mais alto ramo da tarde meu voo de asas minha ânfora meu pão de ló minha estrada minha praia de Agosto minha luz caiada meu muro meu soluço de fonte meu lago minha Penélope meu jovem rio selvagem meu crepúsculo minha aurora entre ruínas minha Grécia minha maré cheia minha muralha contra as ondas meu véu de noiva minha cintura meu pequenino queixo zangado minha transparência de tules minha taça de oiro minha Ofélia meu lírio meu perfume de terra meu corpo gémeo meu navio de partir minha cidade meus dentes ferozmente brancos minhas mãos sombrias minha torre de Belém meu Nilo meu Ganges meu templo hindu minha areia entre os dedos minha aurora minha harpa meu arbusto de sons meu país minha ilha minha porta para o mar meu manjerico meu cravo de papel minha Madragoa minha morte de amor minha Ana Karénine minha lâmpada de Aladino minha mulher

(António Lobo Antunes)
in) D'este viver aqui neste papel descripto
Cartas de Guerra

Friday, March 07, 2008

O meu direito a Indignação


Não tencionava voltar a este assunto. Mas o facto da PSP ter visitado várias escolas com o "intuito de saber quantos professores vinham à manifestação para tomarem as medidas necessárias à sua segurança" obriga-me a transcrever aqui o que acabo de ler no Castendo, http://ocastendo.blogs.sapo.pt/, para que todas as pessoas saibam como se organiza uma manifestação:


"Informa-se, quem não sabe, que as coisas se passam SEMPRE assim:

1. Comunica-se ao Governo Civil a manifestação e respectivo percurso;

2. As estruturas sindicais (ou outras) disponibilizam-se desde logo para reunir com quem o Governo Civil entender;

3. Regra geral, sobretudo se a previsão é de dezenas de milhar de participantes, as reuniões efectuam-se;

4. A PSP é informada do número de autocarros e de manifestantes previstos;

5. A PSP informa os organizadores do percurso que os autocarros devem seguir, neste caso na cidade de Lisboa, conforme o local de entrada (A1, A5, Ponte 25 de Abril, Ponte Vasco da Gama, A8, etc.);

6. A PSP informa a organização onde os passageiros devem desembarcar;

7. A PSP informa a organização onde os autocarros devem estacionar;

8. Tudo decorre na maior das normalidades e das cordialidades;

9. Foi assim que, mais uma vez, se passou com a Marcha Liberdade e Democracia, dia 1 de Março, organizada pelo PCP;

9. Tudo isto é público – por exemplo a TSF fez uma grande reportagem com a CGTP-IN em 2007 sobre este assunto –, obviamente para o governo e para a PSP;

10. Calculo (não confirmei) que o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa há algum tempo que anda a coordenar com a PSP, até porque houve alteração de percurso face à previsão de aumento de participantes;

11. Quanto à actuação do Governo, do ministro, da PSP e às declarações das chefias da PSP (que não actua em situações destas sem ordens do Governo, sublinhe-se) os bloguistas que tirem as suas conclusões..."


É lamentável que a PSP tenha comportamentos que nos lembram tempos passados de má memória.
A única coisa que conseguiu com esta atitude foi um acréscimo da adesão de professores à manifestação.

Para descomprimir, afinal é sexta feira.....

Recebi este mail e não posso deixar de o partilhar convosco...
Depois do MSoares ter dito "se eu não me revesse no PS não estaria etc......" tudo é possível...

PORQUE O SABER NÃO OCUPA LUGAR!!!!

Novas palavras

Alevantar
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.

Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.

É assim…
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não queira dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.

Falastes, dissestes…
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES..

Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.
Também existe a variante "Inclusivel".


A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?

Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.


Númaro
Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol.
Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.

Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nosso pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O "stander" é um dos grandes clássicos do "português da cromagem"…

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.


Um bom fim de semana da todos!!!

Thursday, March 06, 2008

Elogio do trabalho clandestino

É bonito
usar da palavra na luta de classes
clamar alto e bom som pela luta de massas
pisar os opressores libertar os oprimidos.
Árdua e útil é a pequena tarefa de cada dia
que secreta e tenaz tece
a rede do partido sob
os fuzis apontados dos capitalistas:
Falar mas
escondendo o orador.
Vencer mas
escondendo o vencedor.
Morrer mas
dissimulando a morte.
Pela glória, quem não faria grandes coisas? Mas quem
as faz pelo olvido?
No entanto, o pobre que mal come
senta a honra à sua mesa;
Das pequenas cabanas em ruínas
surge a grandeza irresistível.
E a glória busca em vão
os autores do grande feito.
Saí da sombra
por um momento
rostos anónimos, dissimulados, e aceitai
o nosso agradecimento.

(Bertolt Brecht)

Wednesday, March 05, 2008

Alguém me disse...


Tenho ciúmes do sol que te aquece o corpo
do mar onde mergulhas e até do ar que respiras
Tenho ciúmes de não te ter comigo aqui longe de tudo
e de todos onde a terra me beija e a brisa me refresca
Tenho ciúmes de tudo o que te rodeia porque sim
Só não tem ciúmes quem não ama e eu amo-te...

Tuesday, March 04, 2008

Solidariedade


Porque a hora é de luto, mas é sobretudo de LUTA, estou solidária com os professores do meu País.

Monday, March 03, 2008

Não importa


Não importa se nos damos em pensamento
se quando nos amamos sabemos que o amanhã
vai ser exactamente o que nós quisermos

Sunday, March 02, 2008

Foi assim........


Gracias a la Vida

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco,
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el oído que, en todo su ancho,
Graba noche y día grillos y canarios;
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
Y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario,
Con él las palabras que pienso y declaro:
Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados;
Con ellos anduve ciudades y charcos,
Playas y desiertos, montañas y llanos,
Y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano;
Cuando miro el bueno tan lejos del malo,
Cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que forman mi canto,
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos, que es mi propio canto.

Gracias a la vida que me ha dado tanto

(Violeta Parra)

Saturday, March 01, 2008

É hoje!!!



E cada vez somos mais

Pela espora da opressão
pela carne maltratada
mantendo no coração
a esperança conquistada.
Por tanta sede de pão
que a água ficou vidrada
nos nossos olhos que estão
virados à madrugada.

Por estarmos sempre onde está
o povo trabalhador
pela diferença que há
entre o ódio e o amor.
Pela certeza que dá
o ferro que malha a dor
pelo aço da palavra
fúria fogo força flor
por este arado que lavra
um campo muito maior.
Por sermos nós a cantar
e a lutar em português
é que podemos gritar:
Somos mais de cada vez.

Por nós trazermos a boca
colada aos lábios de trigo
e por nunca acharmos pouca
a grande palavra amigo
é que a coragem nos toca
mesmo no auge do perigo
até que a voz fique rouca
e destrua o inimigo.
Por sermos nós a diferença
que torna os homens iguais
é que não há quem nos vença
cada vez seremos mais.

Por sermos nós a entrega
a mão que aperta outra mão
a ternura que nos chega
para parir um irmão.
Por sermos nós quem renega
o horror da solidão
por sermos nós quem se apega
ao suor do nosso chão
por sermos nós quem não cega
e vê mais clara a razão
é que somos o Partido
Comunista Português
aonde só faz sentido
sermos mais de cada vez.

Quantos somos? Como somos?
novos e velhos: iguais.
Sendo o que nós sempre fomos
seremos cada vez mais!

José Carlos Ary dos Santos