Thursday, July 15, 2010

Fome

A minha fome é insaciável. Também o é a minha sede.
Tenho fome das tuas mãos a percorrerem-me o corpo e da tua saliva a cobrir-me como uma segunda pele. Tenho fome dos teus beijos misturados com os meus e das palavras que as nossas línguas trocavam. Das noites das madrugadas do amor. Do teu calor. Do teu cheiro. A minha fome é do tamanho da Terra.
Tenho sede de todos os rios e de ser novamente fonte e descer montanhas e correr vales desenfreadamente rasgando a terra em busca do caminho até à foz. Tenho sede das margens que em mim fazias com o teu olhar. Da verdade que somos. Do futuro que seremos. A minha sede é do tamanho de todos os Mares.
Tenho fome do teu abraço. E tenho sede do teu sorriso...

24 comments:

Leticia Gabian said...

O que dizer de tamanha fome...?
A maneira sentida como a descreve, já se basta.

Beijo imenso, AICeT!

joaquim do carmo said...

Que maravilha, esta prosa tão poética! Que bela paixão escorre de cada palavra: seja ela água para matar essa sede!
Beijinho grato por estes momentos agradáveis

Pitanga Doce said...

Diz pra mim quando isso acaba, Maria. Ou não acaba?

boa noite pra ti (tão longa madrugada)

mdsol said...

:))

samuel said...

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão saciados" - ouvia eu nos meus tempos infanto-juvenis, na igreja. É uma das famosas "bem aventuranças".

Acho que também deve funcionar para o amor!

Abreijo.

Fernando Samuel said...

Fome e sede que só o amor «matará»...

Um beijo grande.

Nilson Barcelli said...

DESCRITA POR TI, A FOME E SEDE ATÉ PARECEM COISAS AGRADÁVEIS...
MAS O TEXTO É BELÍSSIMO, E MUITO POÉTICO.
BEIJOS, QUERIDA AMIGA.

Ricardo Silva Reis said...

"Tenho sede das margens que em mim fazias com o teu olhar"
E esta sede não se sacia nunca. Vai-se, eternamente, saciando.
Maria, um mar de beijos
Ricardo

Lilá(s) said...

Isso só vai passar com umas boas férias...
Bjs

Filoxera said...

Pois eu acho que não passa. Acho que o caudal do rio aumenta, como as saudades, com o tempo.
Beijos.

Manuel Veiga said...

não há fome que sempre dure... nem sede que não acabe...

amorável texto.

gostei muito

beijos

Sofá Amarelo said...

É impossível saciar a vontade dos abraços e dos sorrisos...

AFRICA EM POESIA said...

Peço perdão por entar e deixar


NEM SEMPRE



Nem sempre o que parece é!
Nem sempre o que se pensa se faz!

Nem, sempre o que apetece se pode fazer!
Nem sempre a vida nos deixa fazer o que queremos!

Nem sempre o que luz é ouro!
Nem sempre estamos, quando estamos!

Nem sempre somos, quando somos!
E sendo assim...

Neste mundo o que muitas vezes parece, não é nada!
É apenas ilusão e miragem!...

Porque nem sempre...
O que parece é!...

LILI LARANJO

maré said...

regresso com os verbos da fome nos olhos. todos os dias são uma equação na matemática que explica a sede.

___

um beijo maria

A.S. said...

Querida Maria,

Sacia esse desejo,não morras de sede junto da fonte!

BeijO
AL

Rafeiro Perfumado said...

Essa da saliva a cobrir o corpo faz-me lembrar a boca do trolha "fazia-te um vestidinho de cuspe" ;)

Agulheta said...

Querida amiga!Olha me deu a saudade dos blogs? Está vento para curtir o mar...poema plena de amor e sensualidade entre alguém que se ama.
Beijinho e bfs

Cristina Caetano said...

É muito lindo mesmo :)

Beijinhos, Maria e bom fim de semana.

Manuela Freitas said...

Essa tanta fome e tanta sede...é um amor imenso, que te corre nas veias e que te inspira uma intensa verve poética!...
Beijinhos e bom fds,
Manuela

Unknown said...

Belo texto de prosa poética. Uma espécie de Prozac literário...:-)

Vanda Paz said...

olha

vou beber uma taça de espumante bem fresquinha para daqui te tentar matar a sede.

beijos com fome do teu abraço

Paula Barros said...

Que este tipo de fome e sede sejam sempre alimentados, e nunca saciados.

abraço!

Anonymous said...

gosto tanto de te ler!

gostava de sentir tudo isso. tão lindo. tão natural.

será que sequei por dentro Maria?
será que morri e ainda não sei?

beijos
este poema é dos mais lindos que já li.

Ana said...

É dessa fome e dessa sede que se faz nascer poesia ... quando se é poeta como tu !

Tão lindo e tão intenso, Maria!
Um beijo grande a voar para o oeste *